segunda-feira, 18 de abril de 2011

Terceiro dia de Formação (dia 13 de Abril)

Aconteceu dia 13 de abril o terceiro encontro de formação para os novos membros da Agência Experimental. A discussão sobre Cultura Popular foi mediada por Vanusa Mascarenhas, doutoranda em Políticas Públicas para a Cultura Popular pela UFBA
Iniciamos a discussão com questionamentos a respeito do que é cultura popular. Entendemos que esta não é uma realidade óbvia, natural ou consensual, mas, um conceito histórico, muito recente com inúmeras variações.
Cultura popular é também uma questão de classe. É o reconhecimento do nordestino em comer baião de dois, do sulista em tomar chimarrão, é o reconhecimento do baiano indo ao Rio Vermelho pra comer acarajé.Cultura popular é o olhar do povo reconhecendo a si mesmo em suas práticas habituais.
Observamos a literatura de cordel e percebemos a modernização das dinâmicas culturais. O cordel era inicialmente impresso em xilogravura e adota posteriormente a capa ilustrada, semelhante à revista de história em quadrinhos. Entendemos que a cultura popular tende a acompanhar os avanços da modernidade modificando-se para atender o mercado consumidor
Também debatemos a respeito do processo de inserção do saber popular na academia e percebemos a necessidade de instigar o reconhecimento da produção popular como saber e não apenas como objeto de análise e estudo. Sendo assim, é necessário abandonar a idéia de apenas visitar e adotar a idéia de conviver, proporcionando um aprendizado mútuo. As nossas intervenções na comunidade não devem ser feitas para a comunidade, mas, com a comunidade, respeitando assim o seu espaço da comunidade e as suas decisões a respeito das suas próprias práticas.
Conhecemos três tipos de pesquisadores da cultura popular: o antiquário, o qual analisa a cultura enquanto passado; o romântico, que analisa a cultura enquanto formação da identidade; e o folclorista que tem a cultura como objeto de estudo científico.
O fato de tratarmos sobre a cultura popular e o seu reconhecimento não nos impediu de ter uma reunião pautada num clima de descontração, e foi desta forma que Vanusa encerrou o encontro. ‘Gente, sou vice-presidente da Comissão Baiana de Folclore’, disse-nos. Ela justificou que preferiu revelar no fim para que, como muitas vezes já aconteceu, suas palavras não caíssem em descrédito. Muito pelo contrário, pelas expressões dos ouvintes, este foi um debate muito salutar que proporcionou um crescimento informacional, não só para os membros em formação, mas, para todos os presentes.



Texto Escrito por Carolina Leal
Nova membro da Agência Experimental

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