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O segundo encontro de nossa formação aconteceu nesta quarta-feira, 11 de abril. O tema foi "O Sistema Público de Comunicação no mundo e no Brasil", mediado pelo jornalista Pedro Caribé, que faz parte do grupo Intervozes, assim como do CCDC (Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania) da Ufba.
Foi interessante complementar os conhecimentos adquiridos na última aula. Tivemos oportunidade de ouvir um panorama geral sobre o funcionamento do sistema de comunicação pública no mundo, e percebemos como o do Brasil é falho. Enquanto outros países apresentam um sistema estruturalmente desenvolvido (acessível à grande parte do território e da população), descentralizado, com grande participação social na produção de conteúdo, o Brasil só veio começar a desenvolver um real sistema público a partir de 2007 com a criação da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) e da TV Brasil. Já existiam iniciativas isoladas (como TVs independentes ou governamentais) que fogem ao monopólio comercial presente na mídia brasileira, mas não estão inseridas a um sistema público, o que dificulta a difusão dos seus conteúdos - apesar de grande parte deles já apresentarem um cunho social, considerando a diversidade cultural e regional, os direitos humanos e a democracia na comunicação. Com o surgimento da TV Brasil, fica mais fácil definir um critério de produção e uma divisão dos conteúdos produzidos.
Na segunda parte do encontro, tivemos acesso aos sites de diversas instituições que se relacionam constantemente com a produção da TV e rádio públicas. Entre os mais diversos temas, as questões de gênero e racismo foram muito discutidas, além da influência da propaganda na conservação de valores estereotipados da sociedade, e novamente, a violação dos direitos humanos em diversos programas de grande alcance nacional. Neste ponto, vale a pena conferir estes sites:
No final da discussão, foram trazidas perspectivas de melhora, entre elas a universalização da banda larga e a chegada da TV digital que aumentaria significativamente a produção pública, vinculando quatro canais na TV. Um desejo de que haja mais espaço nas mídias para que a população participe da produção da comunicação foi compartilhado pelos membros e pelo mediador. Sem dúvidas, a melhoria do sistema público de comunicação no Brasil seria o melhor caminho.
Texto escrito por Lara Perl
Novo membro da Agência Experimental
Um comentário:
Seguindo firme no debate acerca dos direitos humanos nos meios midiáticos, este segundo encontro foi fundamental para que todos os membros (os recém-chegados e até os veteranos)pudessem analisar uma outra perspectiva que agrega o nosso posicionamento perante aos conteúdos veiculados no nosso país.
Enquanto no primeiro dia percebemos a importância da valorização e do respeito às várias vertentes da diversidade, agora percebemos também a magnitude que os nossos direitos também exercem na precisão de se comunicar. E este propósito de democratizar a informação é uma das diretrizes da AECC.
Parabéns Lara pelo excelente texto e, mais uma vez, a Agência Experimental agradece à Pedro Caribé pela constante disponibilidade aos nossos projetos de formação.
Muito obrigado.
AECC - Agência Experimental em Comunicação e Cultura.
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