segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Projetos Culturais Comunitários: políticas, ferramentas e gestão

INSCRIÇÕES ENCERRADAS

Agência Experimental da UFBA realiza curso de formação em projetos culturais comunitários
 

A Agência Experimental em Comunicação e Cultura da Universidade Federal da Bahia, preocupada em fomentar o debate sobre políticas culturais e em estabelecer o diálogo entre a universidade e seu entorno social, promove, nos meses de novembro e dezembro, na Faculdade de Comunicação (Facom/UFBA), o curso Projetos Culturais Comunitários: políticas, ferramentas e gestão

A iniciativa tem como objetivo proporcionar a troca de conhecimentos práticos e teóricos acerca de projetos culturais realizados em âmbito comunitário, abordando temas como políticas públicas para a cultura popular, produção colaborativa em cultura e gerenciamento de projetos culturais. As aulas acontecerão sempre das 14h às 17h e o curso é voltado para agentes e produtores comunitários, estudantes, além de pessoas interessadas na área.

Para fazer sua inscrição é simples: basta baixar a ficha de inscrição aqui, preenchê-la e encaminhá-la para nosso e-mail (agencia.ufba@gmail.com). Qualquer dúvida também pode ser encaminhada para esse e-mail. As inscrições podem ser feitas até o dia 03 de novembro. E só lembrando: os participantes receberão certificado de horas de extensão e as vagas são limitadas. Confira abaixo a programação do curso e não perca esta oportunidade, inscreva-se!

Programação
 
Aula 01 (08/11) - Políticas Públicas para a cultura popular

Aulas 02 e 03 (10 e 17/11) - Intervenção comunitária em comunicação e cultura

Aula 04 (22/11) – Produção colaborativa em cultura

Aulas 05 a 08: Gerenciamento de projetos culturais:

Aula 05 (24/11) - Introdução: da ideia ao projeto

Aula 06 (29/11) - Acompanhamento do esboço do projeto

Aula 07 (01/12) - Gestão de riscos, indicadores e monitoramento

Aula 08 (06/12) - Orçamento, acompanhamento financeiro e avaliação de resultados

Pela comunicação de verdade

     Depois de passada a  primeira Conferência Nacional da Comunicação, o dia 17 de outubro (dia de luta pela democratização da comunicação no Brasil), dia 18 de outubro (que é o   Media Democracy Day, dia mundial pela democratização da mídia) e estando no meio de um período eleitoral, é vergonhosa a falta de debate e a falta de ações dentro da Universidade, já que buscamos justamente a democratização da comunicação e nem conseguimos fazê-la eficiente.
      A conferência obteve suas vitórias. Apesar de tudo, foram aprovadas medidas importantes, mas que devem ser cobradas e que parecem silenciadas tanto no debate eleitoral, quanto aqui dentro da Faculdade de Comunicação da UFBA.
     O problema já começa a partir da nossa ignorância quanto nossa história, quanto as políticas que formaram nossos meios de comunicação. Como as concessões foram feitas? Como se divide e distribui a freqüência radiofônica? Qual o poder do Estado em relação aos meios impressos? O que nossas leis dizem sobre a comunicação? O que fazer quando a “liberdade de imprensa” ultrapassa o direito à dignidade humana?
       Vemos um debate superficial quanto a criação do Conselho de Comunicação Social, um debate apenas entre a grande imprensa e o governo, onde nenhum permite a participação da população, nem sequer dos comunicadores “profissionais”.
       Outro ponto é a ação do que a Constituição já prevê, mas que é ignorado pelos latifundiários da comunicação: o “Artigo 221, que trata das finalidades educativas e culturais da programação, da regionalização e da presença da produção independente no rádio e na TV. Também há propostas que caracterizam os três sistemas – público, privado e estatal – previstos como complementares no Artigo 220. E ainda outro inciso do Artigo 221, que trata da proibição do monopólio e oligopólio no setor das comunicações” (Coletivo Intervozes – veja mais)
        É preciso mudar, além das leis, a forma de pensar da sociedade como um todo. Mesmo aquele cidadão que não pretende escrever em um jornal ou ter um blog, deve ter garantido seu direito a voz e direito de saber como os meios de comunicação são construídos e invadem sua residência, direito a fazer comunicação local, realmente ligada a seu próprio interesse, diferente do que temos hoje com a criminalização da radiodifusão, por exemplo. As pessoas precisam de direito, consciência e meios para se comunicar livremente.
        O jornal Aurora da Rua, criado em 2007, mostrou como se faz; mas ações como essa não devem ser exceções e, sim, a regra. Não é possível que nós que estamos dentro das faculdades de comunicação sejamos insensíveis ao que a mídia brasileira tem construído (e muitas vezes destruído) na nossa sociedade. Precisamos mudar a pauta e os critérios de noticiabilidade.
       O Já é! Jornal da Agência Experimental, um projeto futuro e querido, tem entre seus objetivos mudar o foco de discussão e as fontes, para evitar mais do mesmo.
       Esse texto quer – por ora - abrir o debate e fazer refletir. Contudo, comprometo-me a fazer novas postagens que busquem responder às questões feitas no início. Até a próxima! 

        Postado por Daniele Rodrigues